Problematizando discursos educacionais no cinema documental brasileiro

Eduarda Ribeiro Rosa | edooarda@gmail.com

Angela Dillmann Nunes Bicca | angela.bicca@hotmail.com [ORIENTADOR]

 

Campus: Pelotas

Nível: Ensino Superior

Área: Ciências Humanas

 

 

Resumo

A partir dos Estudos Culturais de inspiração pós-estruturalista articulados ao campo da Educação o trabalho visa problematizar os discursos educacionais acionados no filme documental brasileiro denominado Quando sinto que já sei (2014). Para cumprir tal objetivo o filme foi tomado como artefato cultural que não apenas descreve as instituições escolares e os indivíduos que a habitam mas, isto sim, como espaços de articulação de poderes e saberes em que se produzem formas de pedagogias que constituem o que somos. O procedimento metodológico consistiu na análise de recorte de falas de docentes e de alunos/as entrevistados no filme em que são acionados discursos educacionais contemporâneos. Compreende-se, a partir da perspectiva teórico-metodológica em que o estudo se inscreve, que os discursos produzem efeitos, eles não se constituem como simples recursos para descrever algo. São, isto sim, práticas que produzem aquilo de que falam. O exame do filme mostrou que há elementos discursivos relativos à interdição das práticas centradas nos modos tradicionais de educação escolar, ajudando a produzir uma oposição entre as práticas escolares centradas na repetição e memorização e aquelas que visam a ação autônoma dos/as alunos/as produzida por professores/as que fazem a mediação dos processos de ensino-aprendizagem. Com essa estratégia discursiva são criadas condições para discursividades que tem repercutido desde o movimento da Escola Nova se atualizem, reverberando em vertentes pedagógicas tais como a pedagogia crítica e o construtivismo. Vertentes pedagógicas essas que não prescindem de ações sutis de poder na produção de indivíduos autônomos.

 

Palavras-chave

Educação; Discursos Educacionais; Filme Documental