Binômio Matemática e Literatura: o Romance Planolândia e seu diálogo com o ensino de geometria na Inglaterra Vitoriana
Roger Minks Nolasco | roger.minks@gmail.com
Rafael Montoito | xmontoito@gmail.com [ORIENTADOR]
Campus: Pelotas
Nível: Ensino Superior
Área: Ciências Exatas e da Terra
Resumo
Norteados pelas potencialidades das obras literárias como aparato para a investigação histórica, propomos um olhar sobre a escolarização e as dinâmicas de ensino de matemática na Inglaterra Vitoriana através do livro Planolândia – um romance de muitas dimensões, de Edwin A. Abbott. Neste trabalho, a partir de considerações sobre a literatura como fonte histórica, buscamos elucidar como Abbott lançou mão de conteúdos matemáticos na construção da estrutura social de sua trama, relacionando definições euclidianas de geometria com a estratificação social da coletividade planolandesa, trazendo para o enredo várias questões sociais vividas na Inglaterra na época da rainha Vitória – sociedade na qual autor viveu. Trata-se, portanto, de uma pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico, tomando a narrativa de Planolândia como ponto principal de análise e entrecruzando-a com historiografias outras da Inglaterra vitoriana. Dentre as várias questões sociais suscitadas no livro, de especial interesse para nós no presente trabalho é indicar o que é possível se depreender em Planolândia em relação ao ensino de geometria e à escolarização na sociedade e na época nas quais a obra foi publicada. Assim, intentamos contribuir para o entendimento de que Planolândia pode ser pensado como um exercício de aproximação entre literatura e matemática que instiga a possibilidade de pensar conjuntamente essas duas áreas do conhecimento na construção de novos saberes acadêmicos e posturas sociais, e como desenlace, estabelecer vínculo entre a obra de Abbott e História da Educação Matemática.
Palavras-chave
Literatura como fonte histórica; Ensino de Geometria; Planolândia