1. A leitura do texto favoreceu a
ressignificação do conceito de Altas Habilidades para você?
Sim, com certeza favoreceu um maior entendimento
do conceito do assunto. Até bem pouco tempo atrás, mitos e conceitos errados foram
criados em torno da educação das pessoas com Altas habilidades e superdotação
que dificultavam o seu entendimento, como por exemplo, "indivíduos que não
precisam de ajuda para se desenvolver, ou são alunos que apresentam índices
acadêmicos excelentes e não necessitam ser encaminhados para atendimentos para no
AEE”.
Cabe salientar que não existe um
consenso entre os estudiosos e pesquisadores em relação ao conceito de Altas
Habilidades, pois são várias as definições propostas pelos estudiosos no
assunto. Algumas dessas abordagens indicam uma ênfase às vezes no indivíduo,
outras na sociedade; no domínio psicológico ou no domínio educacional; em
componentes cognitivos apenas ou nas dimensões cognitivas e de personalidade inter-relacionando-se
em alguns aspectos.
Para Renzulli (1986), as Altas
Habilidades/Superdotação podem ocorrer em qualquer área de inteligência. Os
três traços que compõem o comportamento de Superdotação são: A capacidade acima
da média, que se refere à capacidade geral ou a capacidades específicas acima
da média em qualquer área, com elevados níveis de comprometimento com a tarefa,
e elevados níveis de criatividade. “As crianças superdotadas e talentosas são
aquelas que são capazes de desenvolver este conjunto de traços e que os aplicam
a qualquer área valiosa do desempenho humano” (RENZULLI, 1986).
2. Você conhece alguém ou já teve algum aluno com indicadores?
Qual particularidade percebe?
Sim, no
ensino médio tive a oportunidade de conhecer um aluno com altas habilidades
para o aprendizado em idiomas, desde aos 7 anos já demonstrava grande interesse
pelo Inglês, segundo o aluno aprendeu sozinho, e depois passou a se dedicar ao aprendizado
do espanhol e francês e depois alemão. Demonstrava grande interesse por
Matemática e Língua Portuguesa, porém na escola era indisciplinado e sempre era
chamado na diretoria da escola. Este aluno ainda na adolescência aprendeu a
tocar violão sozinho. Formou-se em Letras para dar aulas de Língua estrangeira.
Hoje leciona três idiomas numa escola estadual de nossa cidade. Particularidades: ·Autossuficiência. · Memória
destacada.· Habilidade em áreas específicas. · Senso
de humor desenvolvido. · Concentração prolongada numa
atividade de interesse. · Interesse por assuntos e temas
complexos. · Pensamento abstrato muito desenvolvido. ·Não é
muito adepto a cumprir regras. · Treina por conta própria para
aprimorar a técnica.
3. Qual o papel da Educação Especial no que se refere ao aluno
com altas habilidades/superdotação?
A Lei de Diretrizes e Bases de
Educação Nº 9394/96 no Capítulo 5, prever que a Educação Especial deve promover
currículos, métodos, recursos educativos e organizações específicas para
atender as necessidades dos alunos (art.59); professores especializados em
Educação Especial e professores do Ensino Regular capacitados para promover a
integração dos alunos em classes comuns (art. 59, Inciso 3); educação especial
para o trabalho para os que apresentam habilidade superior nas áreas artísticas,
intelectual ou psicomotora (art. 59, Inciso 4).
Portanto o Papel da Educação Especial
é contribuir para o processo de inclusão escolar dos alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação
promovendo o atendimento educacional especializado e contribuindo para o seu desenvolvimento
biopsicossocial e emocional por meio de aprendizagens que diferem dos conteúdos
curriculares. Para isso, se utiliza de estratégias teórico-metodológicas
diferenciadas, priorizando a exploração do lúdico e da criatividade. O AEE tem
como função complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da
disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que
eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e
desenvolvimento de sua aprendizagem (BRASIL, 2009, p. 2).
4.
Você considera necessário o Atendimento Especializado - AEE para esse
aluno? Por quê?
Sim. Os
alunos com Altas
Habilidades e Superdotação são público-alvo da Educação Especial e têm seus
direitos garantidos ao Atendimento Educacional Especializado, conforme define a
Resolução CNE/CEB n. 4/09. “[...] o atendimento educacional especializado para
os alunos com AH/SD envolve duas grandes ações: o processo de identificação e
as propostas de enriquecimento”. Primeiramente a equipe multiprofissional deverá
identificar os alunos com indicativos de AH/SD depois deve-se pensar em uma
política de atendimento adequada para eles. Essas ações serão implementadas
pela equipe do AEE. Esse processo deverá ser contínuo e, após a identificação
(quando será possível conhecer as características do aluno), o estudante deverá
ser acompanhado durante todo o processo de intervenção, como forma de
auxiliá-lo em seu desenvolvimento. O professor do AEE, deve promover atividades
que não estão incluídas no currículo regular, com níveis de complexidade
diferenciados, de forma a expor os alunos a experiências e oportunidades que
não são oferecidas na sala de aula comum, vinculadas aos seus interesses
específicos.